Aprovado pela Capes, Escola de Música cria Mestrado Profissional
Aprovado no mês de outubro pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação governamental dedicada ao fomento da pós-graduação stricto sensu no País, o Mestrado Profissional em Música da Escola de Música da UFRJ (PROMUS) foi oficialmente instituído na última segunda-feira, dia 16. Reunião do seu corpo docente elegeu o coordenador pro tempore e a comissão deliberativa provisória do programa. Foi também aprovado o edital do processo seletivo da primeira turma, documento que será encaminhado para publicação no Diário Oficial. A ideia é realizar a seleção dos candidatos em janeiro do ano que vem e começar as aulas em abril. Serão oferecidas um mínimo de dez vagas para as duas linhas de pesquisa.
A iniciativa vem se somar ao Programa Pós-Graduação em Música (PPGM), voltado para a formação acadêmica, que existe desde 1980. Com o pleno funcionamento do PROMUS e a participação do corpo discente serão realizadas, em junho, eleições para a coordenação e a comissão deliberativas definitivas.
Objetivos
O objetivo do PROMUS é formar profissionais qualificados para o exercício das práticas avançadas em música, especialmente aquelas ligadas à pesquisa aplicada, ao desenvolvimento artístico, científico e tecnológico e à docência – informa Aloysio Fagerlande, eleito por unanimidade coordenador pro tempore do programa. O foco são artistas, instrumentistas, regentes e cantores, assim como professores de instrumento, regência e canto. “Profissionais cujas atividades resultam em produtos claramente distinguíveis daqueles gerados pelas pesquisas acadêmicas tradicionais”, afirma o professor.
– As pesquisas acadêmicas produzem reflexões críticas acerca da música, que têm como objetivo principal a investigação de aspectos oriundos das práticas e produções. Seus esforços são apresentados e divulgados em formato de textos e publicações, segundo normas estritas da produção bibliográfica. As atividades profissionais em música não se enquadram integralmente nesse padrão. Elas geram produtos artísticos, tais como composições, apresentações públicas e registros fonográficos, além de materiais didáticos e experiências pedagógicas. Essa diferença de produtos, que implica outros métodos de abordagem e objetivos diversos, tem feito com que se desenvolvam programas de pós-graduação voltados à formação musical profissional.
Linhas de pesquisa
O curso de mestrado do PROMUS tem carga mínima de 360 horas-aula e oferece duas linhas de pesquisa. A primeira, Processo de Desenvolvimento Artístico, atende as práticas musicais avançadas e transformadoras de procedimentos nas atividades interpretativas musicais, englobando o domínio individual do meio expressivo (instrumento específico, voz, regência, etc.), a experiência orientada da prática coletiva, como também a formação em atividades auxiliares na construção da carreira de intérprete musical. A segunda, Pedagogia Instrumental/Vocal/Regências, se destina às práticas docentes avançadas e transformadoras para atuar, especificamente, por meio da prática de ensino de instrumentos musicais ou canto, nas modalidades coletiva, individual ou à distância, em projetos de música pertencentes ao ensino básico, comunidades diversas ou a própria Universidade.
Integram o corpo docente permanente do programa os Professores Doutores Aloysio Moraes Rego Fagerlande, Ana Paula da Matta Machado Avvad, Bartholomeu Wiese, Cristiano Siqueira Alves, Marcelo Moraes Rego Fagerlande, Marcelo Verzoni, Maria José Chevitarese, Miriam Grosman, Paulo Henrique Loureiro de Sá e Veruschka Mainhard. Daniel Guedes, como docente colaborador.
O coordenador do PROMUS faz questão de sublinhar que o programa, segue as normas estabelecidas para os mestrados profissionais pela Resolução 2009/2010, do Conselho de Ensino para Graduados da UFRJ (CEPG), e as recomendações da Capes.
Cooperação e intercâmbio
O PROMUS se beneficiará do acordo de cooperação firmado entre a Escola Superior de Música de Karlsruhe (Hochschule für Musik de Karlsruhe – HMK), a Escola de Música da UFRJ e o Instituto Villa-Lobos da UNIRIO. A parceria é responsável por diversas iniciativas importantes. Entre elas, o Festival Brasil-Alemanha, realizado anualmente desde 2008, que proporciona aperfeiçoamento musical para alunos e profissionais de todo o Brasil e da América Latina com professores da Alemanha que vem ao Rio ministrar cursos e oficinas na EM e UNIRIO; o UNIBRAL, acordo assinado em 2012 que estabelece intercâmbio de alunos, sob os auspícios do Deutscher Akademischer Austausch Dienst (DAAD) e da CAPES; o Projeto de Música de Câmara Brasileira promovido pela HMK, que já recebeu diversos alunos da EM para concertos na Alemanha; e os cursos de curta duração de Música Brasileira de Concerto para Sopros, através de oficinas e concertos em abril/maio de 2014, por docentes da EM e UNIRIO, realizados na HMK.
Uma série de eventos, atualmente sob a coordenação do PPGM, passarão a ser realizados em colaboração com o novo programa. É o caso da Semana do Cravo da UFRJ, criada em 2004, e do Simpósio em Práticas Interpretativas – iniciativa conjunta da UFRJ com a UFBA, cuja segunda edição está marcada para 18 de dezembro.
Coordenação e Comissão Deliberativa
A reunião que institui o PROMUS também escolheu a professora Veruschka Mainhard como substituto eventual do coordenador.
Integram a comissão deliberativa provisória do programa: Paula da Matta, Bartholomeu Wiese, Marcelo Fagerlande, Maria José Chevitarese, Miriam Grosman e Paulo Sá. Os professores Paulo Sá e Bartholomeu Wiese serão os representantes na Comissão de Pós-Graduação e Pesquisa (CPGP/UFRJ).
Os interessados poderão obter mais informações por intermédio do correio eletrônico promus@musica.ufrj.br.