Concertos UFRJ

Concertos UFRJ (31/08/2022)

Homenagem aos 60 anos do compositor Liduino Pitombeira

Programa 4 

Villa- Concerto para quinteto de sopros e cordas

Gravação ao vivo da estreia em junho de 2022, com o Quinteto Villa-Lobos formado por Rubem Schuenck, flauta; Rodrigo Herculano, oboé; Diego Grendene, clarinetista convidado, Philip Doyle, trompa e Aloysio Fagerlande, fagote. Regência de Evandro Matte à frente da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, a OSPA .

A obra foi dedicada aos 60 anos do Quinteto Villa-Lobos.

Bará, Op. 86, para coro a capella.

é uma obra de 2004 inspirada no Batuque, que é um gênero  sagrado afro-brasileiro originado da mistura das culturas sudanesa, nigeriana, portuguesa e nativa brasileira. Aparece em várias partes do Brasil (especialmente na Bahia), mas este em particular aparece principalmente no estado do Rio Grande do Sul. O texto dessa composição vem de um hino dedicado a Bará, também conhecido como Exu, que é um dos doze Orixás. Bará é o guardião de todas as chaves e caminhos. Ele é o mais humano de todos os Orixás e, por causa de sua dualidade, foi confundido como uma entidade maligna pelos jesuítas, durante o período colonial do Brasil. O sentido literal das palavras do hino se perde, pois elas evoluíram por meio da mistura de várias línguas africanas com o português, como o compositor apurou em entrevistas com o professor Jorge Verardi, autor de “Axé dos Orixás no Rio Grande do Sul”, e com o compositor e organista nigeriano Dr. Godwin Sadoh, que é uma autoridade em música africana moderna. A peça foi encomendada pelo Dr. Kenneth Fulton e pelo LSU A Cappella Choir e foi estreada em 4 de novembro de 2004, na University United Methodist Church em Baton Rouge, LA, USA

Urban Birds, Op.45

Urban Birds é uma obra em três movimentos composta no ano 2000 e dedicada ao Trio de mesmo nome Urban Birds. Durante a criação da composição o poeta Joeldo Holanda criou o poema “Pássaros Urbanos” que serviu também de fonte inspiradora para a obra.

O primeiro movimento, Traffic Circles, é construído sobre um elemento rítmico, utilizado para representar as asas agitadas de um pássaro. A atmosfera urbana é dada pelas harmonias do jazz.

O segundo movimento, Solitary Wings, retrata um estado de solidão de um pássaro à noite que em algum momento, durante o sono, sente o pesadelo de sua vida cotidiana.

O terceiro movimento, Birds at Carnival, é uma festa carnavalesca em tempo rápido e alegre mas que no final termina na solidão.

A versão que ouviremos aqui foi Interpretada por Griffin Campbell (no sax alto), Dennis Parker (no violoncelo) e Jan Grimes (ao piano) em 18 de abril de 2000, durante o meu recital de mestrado na Sala de Concertos da Escola de Música da Louisiana State University.

Brazilian Landscapes No.1

Paisagens Brasileiras No. 1, Op.75 (2003)

1.Carmo

2.Calado

3.Ponteio

Essa é a primeira peça de uma série denominada Brazilian Landscapes que retrata as minhas impressões sobre o Brasil. É composta de três movimentos, cada um deles inspirado em um compositor específico. O primeiro, Carmo, é uma referência a Egberto Gismonti. Estão presentes referências estilísticas e citações veladas da obra de Gismonti. O segundo movimento, Calado, é inspirado no choro Flor Amorosa, de Joaquim Antônio da Silva Calado. O último movimento, Ponteio, inspira-se nas sonoridades dos Ponteios de Camargo Guarnieri.

Brazilian Landscapes No.1 recebeu o prêmio 2003 Louisiana Music Teachers Association Commission Award e foi a obra vencedora do concurso de composição nacional promovido pela MTNA (Music Teachers National Association) nos Estados Unidos, que me concedeu o prêmio de 2003 MTNA-Shepherd Distinguished Composer of the Year.

Foi estreada no Magale Recital Hall da Northwestern State University, Natchitoches, LA, USA, no dia 24 de outubro de 2003 por Natalie VanBurkleo, violino, Semiramis Costa, cello, e Maria Di Cavalcanti, piano.

Atualmente a série Brazilian Landscapes tem 22 obras para diversas formações instrumentais.